15/03/2007

Ainda antes do casamento...

Janeiro de 2002

O ano começou. O B. está novamente desempregado.
Casaremos em de Maio de 2002, Sábado.

26 de Janeiro de 2002
Sábado

Provei o saiote do vestido de casamento na costureira.
Comprámos um candeeiro para o nosso quarto.
Tentámos tratar do processo de casamento na igreja: “Hoje tou cheio de pressa, venha cá na terça-feira às 19 horas”, disse o padre enquanto quase fugia de nós.

27 de Janeiro de 2002
Domingo


Ontem fomos jantar a casa da S. e do L. com a P. e o R. Por vezes sinto-me inferiorizada e ontem foi um desses dias. A S. e a P. viajaram imenso durante toda a vida, eu não. Tanto uma como a outra têm uma vida que lhes permite adquirir com regularidade o que gostam, quase sem esforço: computadores portáteis, roupas de marca, passear, etc., eu não. Uma casou primeiro que todos nós (desde que nos conhecemos) e a outra teve uma bebé primeiro que todos nós, e eu nem uma nem outra. Uma tem um marido que ganha bem e a outra tem um marido que trabalha em tudo quanto é sítio para poderem ter uma boa vida, e eu tenho um noivo desempregado. A única coisa que eu tenho em relação à S. é a casa toda mobilada mas nem isso posso exibir porque primeiro, a casa está a precisar de ser toda pintada, segundo porque para eles virem cá a casa tinham que vir jantar e eu tenho receio de gastar dinheiro com outras pessoas neste momento...
Senti-me mesmo muito triste e pequenina.
Faltam 104 dias para o meu casamento.

4 comentários:

Unknown disse...

O dinheiro ñ compra o amor, a felicidade e a amizade..
Não devias dar tanta importancia a materialismos.. eu tb nunca viajei (só aos Açores e Espanha) e não me arrependo nada, sou feliz na mesma..
Mts mts bjkinhas

)0( disse...

Há fases menos boas na nossa vida em que podemos sentir-nos inferiorizadas.
Mas às vezes só vemos as coisas boas que os outros têm e desconhecemos os seus problemas.

Bjs

Gio disse...

Oh amiga.... eu sei que isto já é antigo... mas será que elas eram tão felizes como tu és?

Noquinhas disse...

Eu por vezes sinto o mesmo que tu sentias nessa altura. É difícil quando sentimos que somos ultrapassadas por quase todos, mas depois vêm aqueles momentos de felicidade em que percebemos que somos felizes com aquilo que temos.

O teu texto foi muito honesto.

Jinhos.