10/02/2007

O meu pai (A.)

Antes de mais gostava aqui de deixar uma pequena frase que ouvi há muitos anos e que nunca esqueci:
Todos os homens podem ter um filho, mas nem todos podem ser PAIs.

Frequentemente é um homem, neste caso é um austrolopiteco. Há também quem lhe chame um cromo raro. Não acredita em dinossauros e tem frequentemente ataques de diarreia mental. É facilmente reconhecido por ser o mais alto da família, o que diz mais asneiras, o que mais se contradiz, o mais antiquado, o que ressona mais alto. Tem por costume deitar as culpas de tudo à mãe e durante as refeições está encarregado de dizer: “Onde é que está o feijão?” Quando era pequeno, os irmãos puseram-lhe a alcunha de Trovoada, devido exactamente aos efeitos do feijão.

A sua família primária é constituída por mais quatro irmãos mas está chateado com todos eles, segundo a versão oficial. Pessoalmente penso que eles não tiveram foi mais paciência para o aturar. Tem por hábito dizer o preço das prendas que oferece à família, a qual gosta de envergonhar em público. O seu principal contributo para a educação dos filhos é: “Vocês são uns anormais, não sabem fazer nada. Saem à vossa mãe!”.

Frases famosas:

“As mulheres vão para a praia fazer popless (…) com os pantelhos de fora”;

“Os cientistas não têm nada para fazer e então inventaram os dinossauros. Se eu quiser também ponho ali umas pegadas no cimento e daqui a uns anos digo que foram os dinossauros”.

Tenho que lhe chamar papá, quando a minha vontade era a de lhe chamar nomes que nem vêm no dicionário mais ordinário de calão. Nasceu em Abril de 1943.
Sim, é mais velho que a minha mãe 11 anos...

4 comentários:

Maya disse...

Não sei o que te diga! Gosto da frontalidade. Renasce, sim, e para isso é preciso deitar cá para fora as mágoas, para poder seguir em frente! Força

X disse...

Essa das mulheres irem para a praia fazer popless está demais! Loooooool

Acho que se tivesse um pai assim, estava sempre a meter-me com ele Looool Sou um pouco brincalhona... às vezes, até demais :-/

A minha mãe às vezes lá manda umas giras também, do género "Tenho uma meia na malha" Looooooool

Quanto ao resto, o importante é aprendermos com aqueles que nos rodeiam. Às vezes, aprendemos com os bons exemplos que nos dão, com as suas vitórias, com as coisas boas que fazem; outras vezes, aprendemos com os seus erros. Mas o importante mesmo, é aprendermos e usarmos isso para nos tornarmos melhores pessoas.

Estou certa de que o teu pai terá uma faceta boa. Todos nós, por mais chatos, por mais invejosos, por mais preguiçosos, por mais antipáticos... todos nós temos momentos em que damos o nosso melhor e somos pessoas especiais.

Sabes, eu acredito muito no ser humano. Mesmo às vezes quando alguém é mal educado para mim, eu penso sempre que aquela pessoa não é assim - teve uma atitude menos boa ou menos bonita, é certo; mas há-de ter o seu valor.

Um beijinho e muitas felicidades para este blog que ainda é bebé más que vai crescer muito :)

Anónimo disse...

Lembraste-me de um episódio giro da nossa família Adams. Quando soube que alcunha do pai era "trovoada" chamei-lhe uma vez isso na brincadeira. Resultado: Sem mais nem menos levei um pontapé tão grande que fui parar dentro da lareira (Era eu, obviamente pequeno). A minha sorte era que estava apagada... Agora rio-me disso, mas na altura não teve piada nenhuma.

Gio disse...

Continuo a "gostar" muito de te ler... gostar entre aspas claro porque o que leio não me agrada de forma nenhuma... felizmente não passei por nada disto mas tenho bem perto de mim quem tenha passado.