12/02/2007

Primeiros dias de Janeiro de 1992

1 de Janeiro de 1992
Quarta-feira - feriado

É verdade, mais um feriado, eu odeio feriados. Por cada um que passa parece que não vejo o B. há um mês.
Não combinámos nada para amanhã. Se ele for à loja dos meus pais lá por volta das 10 horas, já só faltam 15 horas... Se eu ao menos tivesse liberdade de telefonar… nem isso me deixam fazer.
Espero que se tenha divertido na passagem de ano mais do que eu, também não será difícil…pelo menos que te tenhas lembrado de mim à meia noite como tínhamos combinado.
“Gostava de estar contigo na passagem do ano para te poder beijar à meia noite, mas de qualquer forma, vai ser a primeira coisa que farei quando te vir”.
Mais uma vez não sei se poderei sair com ele amanhã. Passamos o dia metidos dentro da loja, com toda a gente a olhar para nós...“É chato, mas eu compreendo, e não é sacrifício nenhum eu vir ter contigo.” Se eu tivesse encomendado um rapaz assim, de certeza que não vinha tão perfeito.

2 de Janeiro de 1992
Quinta-feira

O meu pai resolveu ir para a loja sozinho sem perguntar nada a ninguém. Está amuado (outra vez) e ninguém sabe porquê. Aqui perto da vivenda não há transportes e eu não tenho ordem de «soltura»... Que tristeza.
Com tudo isto depois de acordar às 7:30 h, fiquei com uma terrível dor de cabeça não consegui dormir mais. Às 9 horas, telefonei ao B. não fosse ele ir lá à loja e dar de caras com o meu pai. Ainda estava a dormir, mas iria lá mais tarde.
“Vai dormir mais um bocadinho e depois telefonas-me para aqui.”
Dei-lhe o número. Só espero que a minha mãe não comece a refilar comigo.
Falei com ele, estava em casa do L. Ouviam-se perfeitamente as vozes dele, do A. e do J.
Estava com medo que o meu pai resolva dormir na loja, isso significaria que amanhã também não poderia ver o B. Depois de algum suspense lá chegou por volta das 20 h.
Amanhã de manhã, digo à minha mãe que vou ao supermercado, e vou telefonar-lhe a dizer que estou na loja e para ele lá ir ter.

Que vida... não posso sair, não posso telefonar, não posso namorar, não posso nada...estou destinada à clausura.

3 comentários:

Maya disse...

A tua escrita prende-me...sou muito emocional e não gosto muito de ler relatos tristes porque altera-me o humor, mas estou contagiada. Talvez por saber uq ehá um final feliz!! Bjnhos

Gio disse...

Ent�o mas que idade tinhas tu nesta altura? 18 anos n�o � verdade?

mimika disse...

No meio desta "clausura" em que foste obrigada a viver há, claramente, uma vivência muito positiva "se eu tivesse encomendado um rapaz assim, de certeza que não vinha tão perfeito".

Bj